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Mostrando postagens de junho, 2020

Escritura das máquinas desejantes: origem e negatividade

            Ler Deleuze e Guattari flui... e corta. Digo, a escritura esquizoanalítica é, ela mesma, máquina desejante, com seus fluxos e cortes. É a brutalidade crua do Real – nada mais justo! Eles terminam o primeiro parágrafo dO Anti-édipo com uma bomba, “algo se produz: efeitos de máquina e não metáforas”. A brutalidade crua do Real. O que leio é que a metáfora é a posteriori demais (e, de fato, não há como negar). Parece que escapa, no entanto, aquilo que sempre nos escapa: precisamente, o Real. Antes que se deduza de mim um suspiro desesperado de um Lacan moribundo desacatado pela máquina desejante, digo que não precisamos chama-lo Real. Heidegger, que aplainou o terreno para isso que chamamos pós-estruturalismo, já nos avisava: a linguagem não dá conta do incomensurável do mundo, logo, a essência da linguagem não é analítica, mas poética.             Não quer dizer que a poesia venha antes, no entanto. A bem da verdade, não sou capaz de separar, nos seus níveis mais própr