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Mostrando postagens de junho, 2018

Conhece-te a ti mesmo (e deixa que o outro conheça a si mesmo)

Desde sempre (leia-se, desde os tempos mais antigos que conhecemos em história), o humano tem a ânsia de conhecer o mundo – um mundo que entende como separado e exterior. Sim, acentuo isso porque questiono, mas não, não se trata de nenhuma teoria da conspiração, nenhum tipo de panteísmo individualista, nem, muito menos, de lei da atração. Trata-se, sim, de uma questão que atravessa a filosofia desde seus primórdios: que mundo é este a ser conhecido? Quem é este eu que conhece o mundo? Epistemologia, ontologia e, por que não dizer, metafísica. Temos a nítida sensação de que somos separados deste externo, mas não foi sempre assim. Os grandes nomes da psicologia, em todas as suas diversas correntes, notam algum ponto da história individual em que se concretiza a diferenciação eu-outro. O que havia antes disso? Não sei, não existia Eu antes disso, portanto, eu não existia, portanto, não me lembro. Ou melhor, não sei, nunca soube, porque o próprio sujeito deste verbo não existia na ocas

Internet: entre o tempo e a fala (uma pequena abertura)

Não seria surpresa que viesse escrever sobre o encurtamento das distâncias, sobre a velocidade do mundo, sobre a circulação de informação, sobre as relações superficiais... tudo isso já é assunto trivial. Quem, das últimas duas ou três gerações, nunca viu o mapa mundi diminuindo de David Harvey na escola? Ainda no senso comum, também falamos do excesso de informação e da falta de compromisso com a verdade (como se soubéssemos o que é essa tal verdade), como quem fala da novela. Sim, há riscos aí, mas há ainda muito a ganhar. Aliás, a última coisa que quero é produzir aqui um julgamento moral das mudanças da nossa era, até porque, se é difícil prever a próxima novidade, mais ainda é prever as implicações do novo mundo sobre nós. Tudo que há é o tempo encurtado, novas comunicações a cada dia, novas relações, novos amores, novas artes... enfim, novas falas. Não só: novas falas e novos falatórios. Mas isso é tudo. Do passado aprendemos, do futuro não sabemos. O que nos serve encontrar é