Pra começo de conversa, melhor seria dizer: quem tem medo da rua no divã? Afinal, o que mexe de fato nas coisas não é falar de papai e mamãe na praça pública, mas descobrir que papai e mamãe também fazem parte da praça pública. Mas chego lá. Quero começar de outro lugar. Pra gente que trabalha com psicanálise pública, a polêmica é sempre a mesma: $$. É até chato. Eu, que vim de umas experiências como AT, queria sempre falar dessas coisas que acontecem no espaço público, tipo uma criança passar rolando entre você e o analisando, ou alguém vir pedir uma esmola, ou um jovem muito bem vestido querer falar de Jesus. Mas não, quando se fala na dita “psicanálise no espaço público”, a primeira coisa que se fala é sempre: dinheiro. Quando não é a primeira, é a última, pois a discussão sempre leva a isso. E é também o dinheiro que encerra tudo: nada a discutir depois dele, e o pior, heróis e vilões do anticapitalismo muito bem delimitados. É curioso, porque todo mundo tem heróis e vilões muito
Um espaço que habitará no entredois pós-moderno, talvez me contradizendo, oscilando entre uma preocupação com a seriedade e a espontaneidade do mundo virtual. Mostrando de onde bebo, mas sem a gravidade que tolhe; com cuidado na escrita, mas sem nada excessivamente comprido. Sobretudo, com atenção ao que se diz, mas sem escolher um assunto, uma disciplina, um autor... é que se trata de um espaço pessoal, atravessado por tantos pensamentos que me incitam. (Internet: entre o tempo e a fala)