Tenho pensado muito sobre o corpo. A prática da psicanálise online tem me mantido nesse último ano e meio numa espécie de zona de conforto, em que se fala mais com a cabeça do que com o corpo. Sintoma meu, que sempre me fez pensar de mais e fazer de menos, falar de mais e sentir de menos, mas todo sintoma, ao mesmo tempo que nos amarra, nos empurra para fora de si. Corpos esquecidos falam. Ora, não foi dos corpos negados e recalcados, reacendidos em sintoma histérico, que nasceu a psicanálise? Esse empuxo pra fora do cabeção - ou melhor, para mais dentro de uma cabeça encarnada - me levou a escrever recentemente sobre isso, e espero publicar logo. Falo da psicanálise online, porque de resto há uma certa contradição na psicanálise. A cena analítica, o divã, a associação livre… tudo isso parece fugir do corpo, como se o significante não fosse palavra encarnada. Ao mesmo tempo, a velha máxima de O eu e o isso , “o eu é antes de tudo um eu corporal”, tanto quanto essa pulsão limítrofe entr
Um espaço que habitará no entredois pós-moderno, talvez me contradizendo, oscilando entre uma preocupação com a seriedade e a espontaneidade do mundo virtual. Mostrando de onde bebo, mas sem a gravidade que tolhe; com cuidado na escrita, mas sem nada excessivamente comprido. Sobretudo, com atenção ao que se diz, mas sem escolher um assunto, uma disciplina, um autor... é que se trata de um espaço pessoal, atravessado por tantos pensamentos que me incitam. (Internet: entre o tempo e a fala)