Em tempos de hegemonia monoteísta, é preciso resgatar o politeísmo do próprio Cristo – politeísmo psíquico, ao menos. Hillman nos ensina os perigos do monoteísmo egoico e centralizador, do monoteísmo de um deus que encarna o perverso totalitário [1]. Se há algo que Jung e os junguianos podem trazer de valioso é a multiplicidade do teatro psíquico, este drama 1100 personagens onde nenhum – jamais! – é igual ao outro. A psique plural de Andrew Samuels se faz radicalmente na multiplicidade, logo, na diferença. Isto é politeísmo: o culto à diferença [2]. O Natal que temos pela frente encerra um ano de uso perverso da religião, um ano marcado pela política que, em nome (questionável) de Deus, centraliza e mata. Para fechar com chave de ouro, um grande médium de cura se revela um abusador. Dúvida cruel: onde, no discurso do amor cristão, cabe a morte, o abuso, a opressão? O problema é mais embaixo. O deus monoteísta não é uma ideia existencial que gira em torno das perguntas fundamenta
Um espaço que habitará no entredois pós-moderno, talvez me contradizendo, oscilando entre uma preocupação com a seriedade e a espontaneidade do mundo virtual. Mostrando de onde bebo, mas sem a gravidade que tolhe; com cuidado na escrita, mas sem nada excessivamente comprido. Sobretudo, com atenção ao que se diz, mas sem escolher um assunto, uma disciplina, um autor... é que se trata de um espaço pessoal, atravessado por tantos pensamentos que me incitam. (Internet: entre o tempo e a fala)